terça-feira, 26 de junho de 2012

Solidariedade sempre, Indiferença NUNCA!


Ultimamente eu vinha meio triste, de cabeça baixa, olhando para chão, me sentindo sem valor algum. Sei que muita gente pode falar assim: ela recebe tantas bênçãos e ainda se sente triste, como pode ser? Pra falar a verdade, nem eu sei. Mas acordei hoje com uma vontade de ir ás reuniões dos ostomizados (fazia um tempo que eu não ia), e foi a melhor coisa que eu poderia fazer.

Chegando há associação, Margarete já tinha começado a reunião e o assunto abordado era vaidade. Ela estava conversando com um filho de uma senhora de 82 anos que há um mês estava ostomizada e que mesmo com a idade já avançada ela era muito vaidosa e que estava sendo muito difícil ter ostomia. Nesse momento Margarete me apresentou e pediu que eu falasse um pouco da minha historia, e de como eu estava conseguindo superar tudo isso, e principalmente sobre minha vaidade. Então contei um pouco da minha trajetória de cirurgias e de tratamentos e mesmo passando por essas situações eu procuro andar sempre arrumada, maquiada, cabelos escovados, etc. logico que eu tenho meus dias de gata borralheira...kkkkk...mas no geral ando arrumadinha.

Após a reunião veio uma moça falar comigo, e perguntou se seria possível eu ir falar com uma sua prima que foi operada, iria iniciar quimioterapia á tarde e também estava ostomizada, ou seja, ela estava passando pelas mesmas coisas que eu, a história dela é bem semelhante com a minha. Há principio, não soube o que responder pra ela, primeiro porque eu não minto. Eu não iria dizer pra essa moça que iria ser fácil o ela tinha de enfrentar pela frente, e segundo porque nem todo mundo quer falar sobre o câncer e muito menos sobre colostomia. No final acabei aceitando. Ela mora perto de minha (olha que consciência), cheguei meio tímida e com medo de não ser bem interpretada (gato escaldado tem medo água fria), mas depois fiquei a vontade, conversei bastante, passei toda minha positividade e senti que ela ficou mais animada. Saí da casa dela com a impressão de dever cumprido, me sentindo mais leve, sem angustias, tristezas, e me sentindo uma pessoa muiiito melhor.

Acho que a melhor coisa que você pode fazer para ajudar uma pessoa, é dá uma palavra de carinho, ser solidária, independente do problema que essa pessoa tenha, faça sua parte que Deus fará o resto.


Neidja Maria

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Dia Cinzento

-Desde ontem que chove muiiito na cidade, isso implica dizer que as ruas estão terríveis de se andar, mesmo de carro. Levei quase uma hora pra chegar hem casa depois que sai de mandacaru, vim bem devagar, dirigir em pista molhada me assunta, me deixa nervosa. Estava muito querendo muito sair pra dançar forró, mas, acabei desistindo e fiquei vendo filme na televisão.

-Acordei era quase dez horas, abri a janela de meu quarto, e vi um dia cinzento. Fui tomar meu café sem tirar minha camisola, depois peguei meu lençol e fiquei deitada no sofá vendo filme o dia todo. Percebi que não só o dia que estava cinzento e frio, eu também estava me sentindo assim...não sei explicar bem, mas acordei hoje com vários sentimentos misturados. Senti saudade, medo de perder algo que não é meu, saudade de minhas amigas, saudade de minha vida antes de ficar doente. Pensei em projetos ainda não realizados e em uma conquista pessoal, e não sei dizer bem o porquê, mas, fiquei com medo de não conseguir concretiza-los, de não ter tempo o suficiente para isso. Nossa você deve está pensando, que pensamentos mórbidos..rsrs...mórbidos ou realistas? Acredito que realista (pelo menos pra mim).

-O tempo é uma coisa que me deixa confusa e ao mesmo tempo maravilhada. Cada hora, minuto, e segundo vale muito pra mim. E quero viver tudo intensamente. Aparentemente estou ótima, esperando fazer o exame de avaliação, mas, acho que é meu coração que não anda muito bem. Sei que não posso esperar que as pessoas entendessem, tudo isso que eu estou falando, ou que compreendam tantos sentimentos tão contraditórios com a minha realidade. Então, vejam essas palavras como um desabafo, de uma pessoa que ama intensamente a vida, mas que também sente solidão, muita solidão!

-Nossa, como um dia de chuva pode causar tudo isso em uma pessoa! Gostaria de dormir de conchinha com meu amorzão, gostaria de ter mais atenção, gostaria de me sentir confiante e mais segura em relação a algumas situações, gostaria de me sentir importante para alguém de verdade.

-Hoje eu estou muito confusa, e volto a dizer, não espero que vocês entendam essa minha confusão. Mas também não quero receber criticas, não quero ser cobrada (estou cansada de cobranças). Hoje eu não quero dá sorrisos sem vontades, não quero provar pra ninguém que sou uma pessoa feliz (pesar de tudo), hoje eu quero ser apenas Neidja, com todos os meus defeitos ou minhas qualidades. Depende de como você me vê!!

Neidja Maria

O TOM DO AMOR - Paulinho Moska



O amor vai te contar um segredo
Não precisa ter medo
Nem sair correndo
O amor nasce pequeno
Cresce, fica estupendo
Às vezes o amor está ali
Você nem tá sabendo
O amor tem formas, formas, aromas,
Vozes, causas, sintomas
O amor...

É mãe, é filho, é amigo,
Às vezes num canto esquecido existe amor
Antigo, antigo
O amor que cuida, parte e assusta
Que erra e pede desculpas
Às vezes o amor quer ferir
E se cura doendo

O amor tem formas, formas, aromas,
Vozes, causas, sintomas
O amor...

É pausa, silêncio, refrão
E explode nessa canção
O amor vai te contar

Um segredo, fica atento, repara bem
Que o meu amor é todo seu
Antigo.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Palestra sobre Ostomia na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba












-Pela primeira vez na minha vida, estou tendo a sensação de que tudo isso que eu estou passando vai servir para alguma coisa. Fui convidada por minha prima Kamyla para participar da quarta semana de enfermagem, e um dos temas abordados seria sobre ostomia. Participaram também Neves (enfermeira especializada em ostomia) e Margareth (também enfermeira e usaria de colostomia).

-Apesar de meu nervosismo, a palestra foi ótima, uma troca de experiência muito significativa tanto pra mim, como para os alunos da Faculdade de Ciências Médicas. Acredito que qualquer pessoa da área de saúde (INCLUSIVE A PARTE DE ENFERMAGEM) que trabalha diretamente com o paciente, necessita saber que existem pessoas que são ostomizadas e que precisam de um cuidado diferenciado. Diferenciado sim, mas, não tratar uma pessoa ostomizada como coitadinha ou com pena. Eu me considero uma pessoa normal, só que com algumas limitações, mas nada que me atrapalhe de fazer minhas atividades diárias como: dirigir, fazer exercícios, tomar banho de mar, namorar, etc.

-No final da palestra minha prima Kamyla falou para seus alunos de uma forma bem resumida a minha historia, e usou palavras lindas que sei que são sinceras e verdadeiras e que fizeram ela e eu chorar. Eu que sou muito privilegiada em tê-la como parte de minha familia...OBRIGADA PRIMA!!!! Espero que essa palestra seja a primeira de muitas (como você mesmo fala). E através dessa primeira experiência, tirar os pontos positivos, corrigir as falhas e nas próximas palestras dá um verdadeiro show.

-HUMANIZAÇÃO...ESSA É A PALAVRA!

Neidja Maria