segunda-feira, 26 de março de 2012

Hospital Napoleão Laureano

-Fiz esse blog para mostrar meu romantismo, as músicas que gosto, poemas, tudo que falasse de amor. Mas, a partir de hoje vou postar algumas coisas sobre meu problema de saúde, não que eu deva nada a ninguém, mais para que outras pessoas possam se fortalecer com meu testemunho.

-Hoje fui ao Laureano ( hospital de referencia na cura e tratamento de câncer) dá entrada pelo SUS em minha medicação oral de quimioterapia, fazia anos que eu não andava por essa área do hospital, e em quanto eu andava pelos corredores pude perceber que pouca coisa mudou.

-Passar por esses corredores meu trouxe muitas lembranças, parecia que eu estava vendo um filme em minha mente. Em 2007 eu adoeci de um Câncer de intestino, que quase me tirou a vida, fui operada de urgência em outro hospital público com uma oclusão intestinal, você sabe o que isso? Vou explicar!!! O Câncer perfurou meu intestino e tomou conta de tudo meu organismo. Por conta disso, foram 15 dias internada sendo 10 dias só de CTI...morre mais não morre. Pela graça de Deus eu estou viva, e há mais de quatro anos venho lutando por minha vida. No total foram quatro cirurgias sendo uma pra reconstrução de meu intestino e deixar de ser ostomozada. Vou explicar também que palavra é essa.

-A ostomia é uma cirurgia para construção de um novo trajeto para saída das fezes ou da urina. Essa intervenção cirúrgica pode ser usada para criar uma abertura de eliminação das fezes, chama de ostomia digestiva, ou da urina, conhecida como ostomia urinária.

-A abertura feita na parede abdominal é a ostoma e torna-se necessária quando o paciente sofre alguma perfuração no abdômen ou em casos de câncer no reto, intestino grosso ou na bexiga. Ferimentos ou anormalidades congênitas que impedem o funcionamento normal da bexiga também tornam necessária a realização de uma ostomia urinária.

-Como essa abertura não pode ser controlada voluntariamente, pacientes ostomizados precisam utilizar uma bolsa que recolhe o conteúdo eliminado. Isso faz com que o indivíduo precise se adaptar à nova condição, mas com a ajuda de profissionais especializados e tomando os cuidados necessários, em pouco tempo o paciente volta a levar uma vida normal.

-Em dezembro de 2007 (não me recordo o dia certo) fui a minha primeira consulta com meu médico oncologista (Dr.Jean Fabricio). Muito magrinha e cansada, acordei ás cinco da manhã pra podermos chegar cedo e voltar cedo (é gente sem plano de saúde é assim mesmo né?). De lá pra cá, não mudou muita coisa não...muita gente esperando pra ser atendida, pessoas idosas, jovens, branco, preto, muitos carecas outros não, mais todos em busca da mesma coisa, sua cura.

-Pessoas em macas nos corredores bem debilitados, e eu ali, agora sendo mais um na multidão. Em janeiro de 2008 dei inicio ao meu tratamento de quimioterapia. Não sou melhor que ninguém, nem me acho a mulher maravilha, mais resolvi lutar por minha cura desde o primeiro instante que eu descobri que estava com Câncer. Uma doença que mata? Pode ser! Mais isso não quer dizer que estamos condenados a morte. A medicina está cada dia mais avançada, existem vários tratamentos, medicações que não causa as tão temidas reações como: enjoo, perda de cabelos, falta de apetite, etc.

-Agora voltando ao ponto de partida, e vendo todas estas pessoas novamente. As lembraças voltam a minha mente, ao longo de todo esse tempo, consegui fazer amizades no Laureano, amizades que duram até hoje, esse é o lado bom da doença, ela te proporciona conhecer pessoas que vai dá enfermeira chefe as pessoas que fazem a limpeza e que estão ali contigo no dia a dia e passam a fazer parte de nossas vidas. Me sinto uma pessoa privilegiada, não por hoje ter plano de saúde, e por conta disso ter uma “certa condição melhor de tratamento” mais por está viva, bem fisicamente, apesar de estar em tratamento quimioterápico e pela terceira vez. Eu tenho Câncer, mais ele não me tem.

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