sábado, 28 de abril de 2012

Cirurgias II

TERCEIRA CIRURGIA

-Voltei a trabalhar em novembro de 2008, finalzinho de ano e eu estava com toda vontade de retomar minha vida (e assim aconteceu). Trabalhei um ano inteiro, era novembro de 2009, eu entrei de férias e ao mesmo tempo fiz meus exames de rotina, onde infelizmente no meu exame de sangue acusou que eu estava doente novamente (só que agora no ovário). Procurei meu oncologista (Dr.Jean Fabricio) para saber qual seria o próximo passo.

-Dr.Jean passou outros exames de imagem, fui fazer em Recife, e quando retornei soube que não tinha mais dúvida nenhuma, o Câncer tinha voltado e eu teria de fazer mais uma cirurgia. Fui encaminhada a Dr. Kleber Castro, um ótimoooo cirurgião, ele analisou meu caso e disse que realmente não tinha outra opção, mais que ele iria fazer de tudo para preservar meu útero e ovário. No inicio, eu não queria de forma alguma me operar, eu tinha medo de ficar com colostomia, mais nesses casos, não se tem muita opção, é fazer ou fazer e eu fiz né?!

-Lá estou eu novamente de volta ao hospital Laureano, internação, medo, nervosismo, e chega o rapaz pra me levar ao bloco cirúrgico. Minha família me acompanhou até a entrada do bloco, me despedi e entrei chorando e pedindo a Deus proteção. Depois de três horas acordei na sala de pós-operatório, com Dr. Kleber ao meu lado. Ele é sempre sorridente, mais nessa hora, ele estava bem sério, e foi com essa mesma seriedade que ele me falou como foi á cirurgia e que infelizmente ele não pôde preservar meu útero e ovário, ele teve que fazer uma histerectomia total e que sabia que eu não tinha filhos, mais ele como médico não poderia deixar margem para que ficasse doente novamente. Quando ele me deu essa noticia fiquei triste e chorei, eu não pensava em ter filhos antes dos quarenta anos, mais é uma noticia difícil para uma mulher aos 37 anos saber que não vai poder ser mãe (pelo menos não gerados por mim), hoje sou muito bem resolvida sobre o assunto filhos, e adoção é uma coisa que não passa pela minha cabeça (pelo menos até agora).

-Passei dois meses sentindo fortes dores, tomando remédio que secaram minha saliva, fazendo compressa de gelo e no final eu estava com uma infecção, legal né?!! Só depois de dois meses e meio depois foi que eu me recuperei, as dores passaram, e retomei o tratamento de quimioterapia por mais seis meses, no final repetiria os exames.

QUARTA E ÚLTIMA CIRURGIA

-Meu descanso entre essas últimas cirurgias foi de um ano. Em dezembro de 2010 mais um susto, a doença voltou com força total. E eu tinha resolvido simplesmente não me operar mais, eu queria fazer quimioterapia até onde Deus me desse muita força para aguentar, eu estava com muito medo porque eu sabia que dessa vez eu não escapava de ficar com colostomia, e essa ideia não deixava com que meus pensamentos ficassem claros.

-E realmente foi o que aconteceu, fiquei com colostomia, iria fazer quimioterapia, tudoooo de novooooo!!! Eu falo em última cirurgia porque não posso fazer mais. De 2007 pra cá, eu fiz uma cirurgia por ano, e isso causa outros dano em meu organismo como: fibrose, fístula, etc.

-Então sigo minha vida com fé em Deus, faço meu tratamento de quimioterapia, acredito que ELE vai me curar...SÓ QUE TUDO É NO TEMPO DELE E NÃO NO MEU!


Neidja Maria


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cirurgias I

Vou falar de uma forma resumida a minha trajetória de cirurgias. Depois de passar por algumas experiências, eu mudei meus valores e minha forma de pensar sobre muita coisa. Mais, vamos lá!

-PRIMEIRA CIRURGIA.

-Foi tudo muito rápido, em um dia eu estava bem, e em outro do nada acordei vomitando e com muitas dores na barriga. Fui levada ao hospital, operada com um quadro de septicemia (infecção grave) que quase me levou a morte. Tive parada cardíaca, e respiratória, usando bolsa de colostomia (veja o texto sobre ostomia). Fiquei dias sem poder tomar água, meu médico tinha proibido porque caso meu estado de saúde piorasse, eu teria de ser operada novamente. Então água era um luxo que eu não poderia ter na U.T.I. Quando meus amigos ou familiares vinham pra me visitar, eu tentava convence-los pedindo que me dessem água, mais o máximo que eu consegui foi fazer com molhassem um algodão e passasse em meus lábios que estavam secos por conta do oxigênio. Então eu aproveitava a oportunidade e chupava o algodão, naquele momento qualquer gota de liquido que entrasse em minha boca me satisfazia (hoje dou valor a cada copo de água de que tomo).

-No total de quinze dias de internação, fui pra casa, sem muita chance de recuperação e muito menos de conseguir fazer o tratamento de quimioterapia. Graças a Deus que em casa eu fui me recuperando dia após dia, a voz foi voltando, meu peso voltou ao que eu tinha antes dessa cirurgia (durante esses quinze dias de internação eu perdi 10 kg), e consegui fazer meu tratamento de quimioterapia por completo. Esperei um tempo para fazer novos exames e assim que recebi o resultado mostrando que estava tudo em ordem comigo, marquei a segunda cirurgia para reconstruir trajeto de meu intestino.

-SEGUNDA CIRURGIA.

-Como meu plano de saúde ainda não cobria alguns procedimentos, foi tudo feito pelo SUS. Fui internada um dia antes da cirurgia para fazer a lavagem de intestino, minha irmã ficou comigo até me levarem ao quarto, eu iria ficar sozinha, e só tive direito a acompanhante no dia seguinte depois que eu fosse operada. Então ela se despediu de mim, fiquei com o coração apertado, não queria ficar só, mais fazer o que não é?!

-No dia seguinte bem cedo fui levada a sala de cirurgia, eu estava nervosa, mais contente porque depois disso minha vida voltaria ao normal. Três horas e meia depois, eu estava de volta ao quarto, ainda um pouco sonolenta, mais eu estava bem. O médico que fez a cirurgia (prefiro não falar o nome) mais que era o bam bam em cirurgias de intestino, simplesmente me esqueceu, não me falou quantos dias eu iria ficar ali e nem quanto tempo eu iria ficar sem comer (para não prejudicar a cicatrização do intestino). Os dias foram se passando, e nada era liberado pra mim, comecei a ficar com dor de cabeça de tanta fome, estressada e sem paciência nenhuma...DETALHE...eu dividia o quarto com mais duas senhoras, onde uma queria vê programas religiosos outra queria dormir com a janela aberta, um único banheiro para pacientes de acompanhantes, e eu no meio disso tudo sem noticias do médico.

-Foram oito dias no total internada, e minha saída do hospital foi um pouco complicada. O abençoado do médico me falou que passaria para liberar minha ida pra casa ás sete horas da manhã. Acordei cedo, arrumei minhas coisas, e nada dele aparecer. Liguei várias vezes no celular dele, e nada, e no posto de enfermagem a resposta era que ele estava chegando. Nesse negocio ele só veio aparecer pela parte da tarde e cheio de direito, veio me gritando e me ofendendo e disse na minha cara que ele operava por obrigação. Gente quando ele me disse isso, o sangue subiu na cabeça e tive uma briga com ele terrível, respondi como ele merecia. Foi horrível, sai do hospital me sentindo péssima, a falta de respeito dele foi grande, o hospital inteiro ficou sabendo dessa briga e depois fiquei sabendo que ele foi chamado atenção pelo diretor do hospital. Nem voltei pra ele pra retirar meus pontos cirúrgicos, tenho uma prima que é enfermeira (Kamyla) contei tudo que tinha acontecido e ela veio com o maior carinho, mesmo depois de um plantão noturno, cansada, e retirou todos os pontos...OBRIGADA PRIMA!!!

-Procuro ser educada com todos, trato todo mundo bem, por isso não fiquei calada diante de uma pessoa que se achava o máximo, ninguém é melhor que ninguém, muito menos essa criatura que achava que eu era como alguns pacientes, que vem do interior do estado, para serem atendidos pelo SUS,e são maltratados por gente como esse médico, e ficam calados. Vez ou outra eu encontro com ele em consultórios, faço de contas que ele não existe. Mais, eu tenho certeza que ele nunca mais vai tratar outra pessoa como ele me tratou.


RESPEITO A CIMA DE TUDO, HUMANIZAÇÃO A CIMA DE TUDO.

Neidja Maria

terça-feira, 17 de abril de 2012

Autoestima


-Autoestima é a capacidade de sentirmos a vida, estando de bem com ela. É: a confiança em nosso modo de pensar e enfrentar os problemas e o direito de ser feliz, é preciso ter a sensação de que somos merecedores de nossas necessidades, desejos e desfrutar os resultados de nossos esforços.

-Depois que fiquei doente (não gosto dessa palavra), minha autoestima por incrível que pareça ficou muito mais forte. Não sei explicar bem isso, mais eu hoje estou sempre se cabelos escovados, uso sempre maquiagem, unhas sempre que possível feitas e pintadas. Eu uso um cateter no lado direito e acima de meu seio e por conta disso eu tinha deixado de usar blusas de alça, porque ficava mostrando e eu achava muito feiooooooo!!! Mas, teve um dia em que eu estava fazendo quimioterapia na Oncovida e tinha uma senhora na cadeira da frente, e começamos a conversar e vi que ela também usava esse cateter e estava de blusa de alça, então não me contive e perguntei se ela não ficava com vergonha porque as pessoas ficavam olhando, creio eu que achando estranho. Ela me disse assim: “que besteira Neidja, nós já temos tantas limitações, tantas coisas maiores com que se preocupar e você com vergonha de um cateter?!! Não faça isso”. Então quando eu cheguei hem casa, fiquei pensando na conversa que tive com essa moça (não me lembro o nome dela), e cheguei a conclusão que ela estava certa, e voltei a usar minhas blusas, e vestidos...QUEM QUIZER OLHAR, QUE OLHE!!! Eu nem me importo mais.

-Da primeira vez que usei a colostomia, foi muito mais complicado, eu não tinha muita informação e eu tinha medo de usar uma roupa apertada e acabar me machucando. Hoje não. Uso calça jeans, shorte, saia, vestidos (tudo com um modelador por baixo da roupa). Depois de quatro cirurgias e uma colostomia, não tem corpinho que fique o mesmo não é? Por isso eu adorooo um modelador...kkkkk...até mesmo porque estou um pouco a cima de meu peso ideal e não consigo baixar por conta dos corticoides que tem na medicação. Talvez algumas pessoas digam que é fácil manter uma autoestima boa, com cabelos compridos, e sem aparência de doente. Mas, eu acho que é minha vontade de viver, e principalmente minha fé em Deus, que faz com que eu me mantenha assim. Minha força vem de Deus, e minha cura também vai vim.

-E para não deixar minha autoestima cair, tirei o final de semana para cuidar de mim. Fui escovar meu cabelo, fiz sobrancelhas, unhas, depilação, tudo que eu tenho direito. O que eu puder fazer pra não me sentir diferente, para eu me sentir bem, eu vou fazer( como já falei antes). Eu me sinto tão bem, e mostro isso em minhas fotos, que acredito que existam pessoas que acham que eu minto quando falo que eu não tenho reação, eu estou mentindo..rsrs...já até me acostumei com coisas desse tipo.

-O importante nisso tudo que eu relatei, é que por maior que seja o problema, ele não é maior que Deus, e eu sou a prova disso.


Neidja Maria

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entre quatro paredes na U.T.I


-Geralmente quando falamos de U.T. I. (unidade de terapia intensiva) logo o que vem a mente é uma pessoa com uma situação bem complicada, em uma situação de risco de vida, não é? E em muitas das vezes é assim mesmo. Mas, é também um local onde tem médicos e enfermeiros de plantão 24hs, o paciente fica ligado em monitores, e em nenhum momento, deixa de ter atenção completa. Lembro-me bem, quando meu pai ficou doente, ele precisava desses cuidados, então quando surgiu ha vaga, foi um alivio porque sabíamos, eu e minha irmã, que isso seria uma chance de vida pra ele. Infelizmente dois dias depois ele veio a falecer.

-Sempre achei, que se meu pai tivesse recebido esses cuidados logo quando ele chegou ao hospital, ele teria sobrevivido, mais depois de ter passado pela mesma experiência, e ter conseguido sair viva de lá, mudei completamente meu modo de pensar.

-Eu fiquei na mesma U.T.I., a minha cama também ficava na mesma posição que a dele, a única diferença é que Deus me deu a chance de viver e hoje eu entendo que meu pai, já tinha cumprido sua missão na terra. Fico pensando se painho se sentiu sozinho entre aquelas quatro paredes, porque eu senti...EU FICAVA CONTANDO AS HORAS PARA AS VISITAS CHEGAREM...a solidão é muito ruim, eu ficava deitada olhado pra cima, e pensando em tudo que estava acontecendo comigo, não entendo ainda quase nada. Vi pessoas saírem mortas, enroladas em um lençol branco (foram 3 no total), e quando isso acontecia eu intensificava mais minhas orações para Deus me tirar dali...JESUS ME TIRE DAQUI, ME TIRE DAQUI, ME TIRE DAQUI...o bip, bip, bip do monitor estava me deixando louca, a parte de trás de minhas orelhas cortadas por conta do elástico que segura a máscara de oxigênio, minhas costas irritadas por tantos dias deitada. Foram dez dias dentro dessas quatro paredes, e mais cinco dias no quarto do hospital São Vicente (com visitas proibidas logico).

-Depois de quinze dias voltei pra casa, já sabendo que eu tinha tido um câncer que perfurou meu intestino, duas paradas cardíacas, e uma respiratória, e que iria fazer tratamento de quimioterapia, mais com uma certeza da presença de Deus em minha vida, e com a certeza que eu não iria morrer (até hoje esse pensamento não passa pela minha cabeça), mais que eu tinha um caminho bem longo até conseguir minha tão e esperada CURA!

-Deus me ouviu, ELE me tirou do vale da morte, e hoje como uma aliança entre eu e Deus, há quase cinco anos que eu deixei de beber, no inicio eu senti falta, mais hoje a minha única bebida é água com gás, sucos, ou refrigerante, e posso dizer sem sombra de dúvida que hoje sou muito mais feliz, mesmo passando por tantas provações. EU SOU FELIZ!!!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Os Amigos são anjos que Deus coloca em nosso caminho II

-Nos dias que se seguiram, as visitas foram controladas. Eu mesmo sem voz, não conseguia ficar de boca calada, e isso me cansava de me dava muitas gases. Mais, não tem como eu deixar de relata algumas situações que passei com meus amigos.

-Tenho uma amiga chamada Rejania, trabalhamos juntas na Orlar Móveis e até hoje mantemos essa amizade. Essa minha querida amiga veio me visitar com mais duas pessoas, não lembro direito acho que uma era Katia sobrinha da dona Orlar, a outra no momento não estou lembrada (todo dia tinha sempre muita gente me visitando). Rejania nessa época, vinha passando por momentos bem complicados em sua vida pessoal, ela disse as meninas que fizessem de tudo pra ninguém chorar na minha frente, pra todas serem bem fortes, mais foi muito engraçado, essa minha querida amiga é muito gente boa, gosto dela de coração, mais vou contar o que aconteceu.

-Ao chegarem hem minha casa, todas ficaram muito felizes em me vê, me fizeram um monte de pergunta, e eu, com uma felicidade enorme dentro de mim (apesar do meu diagnostico) fiquei contando do que vinha pela frente em relação ao meu tratamento, mais que eu estava muito confiante, Deus me salvou com um propósito, e eu iria fazer de tudo pra ficar boa logo e voltar a trabalhar. Nesse momento olho pra Rejania, e ela desaba a chorar, perguntei por que ela estava chorando, e ela disse: “eu fui a primeira pessoa que falei pra ninguém chorar na sua frente, que tínhamos que te dar força, e mesmo passando por tudo isso, é você que nos dá força” , eu ficava sempre na mesma posição, deitava na cadeira do papai e tentava falar pouco, eu parecia um fiapo de mulher, mais continuei olhando pra minha amiga querida e eu que comecei a rir...kkkkkkk...ô povo doido que eu AMOOOO!!!!!

-O Câncer me mostrou também outras pessoas que eu achava que não eram amigos. Liene foi uma pessoa que me surpreendeu. Nessa época ela era mais amiga de minha irmã Niedja, e tenho que confessar que eu não ia muito com a cara dela (desculpe Li..rsrsrs.). lembro-me de uma noite em que eu já estava deitada na cama e ela veio me vê, ficou sentada no chão ao lado de minha cama, ficou fazendo carinho em meus cabelos, e sempre me controlando para que eu não falasse muito (é uma situação assim que sabemos quem é amigo de verdade ou não). Ela é bem assim mesmo, muito carinhosa, atenciosa, tem defeitos como todo mundo, mais com um coração bom, ela é de abraçar agente, de ficar sempre perto (bem diferente de mim..rsrsrsr), pra algumas pessoas passo a imagem de ser uma seca, mais é meu jeito e ela entende isso. Hoje, Liene faz parte do meu ciclo de amigos e espero que continue assim por muito tempo!

-Outro amigo que tinha deixado de falar comigo, e que quando soube que eu tinha quase morrido resolveu aparecer foi Aureliano. Antes nós ficávamos horas infinitas conversando pelo Messenger, e do nada me esqueceu, não teclava mais, e nem respondia aos meus e-mails. Fiquei muito feliz com a volta dele, e espero também que ele não suma mais, até mesmo porque já avisei que se ele fizer isso de novo, EU é que não quero mais no meu ciclo de amigos. Quando eu gosto eu gosto, mais quando eu odilho eu odilho!!!..kkkkkkkkk...BRINCADEIRINHA!!!!

-Volto a falar que todos meus amigos são importantes, não daria pra citar os nomes de todos, mais como teve algumas situações que me marcaram muito, não tinha como eu não falar desses amigos que fazem parte de minha vida e com quem eu sei que posso contar, tanto quanto os outros.

-TENHA SEMPRE AMIGOS AO SEU LADO (OS VERDADEIROS) ELES TEM UM PAPEL MUITO IMPOrTÂNTE NA RECUPERAÇÃO DE UMA PACIENTE ONCOLOGICO, MESMO QUE SEJA APENAS PRA TE DAR UM ABRAÇO OU UMA PALAVRA DE CONFORTO.

Neidja Maria

sábado, 7 de abril de 2012

Os Amigos são anjos que Deus coloca em nosso caminho

-Todos meus amigos foram importantes para minha recuperação. Seja pelas visitas ao hospital, em minha casa ou até mesmo nos recadinhos que eles me mandavam e que até hoje tenho todos guardados. Mas, hoje vou falar de uma situação especifica.

-Eu recebi alta do hospital no dia 03/11/2007, era um sábado e minha irmã apareceu em meu quarto me dando a boa noticia, finalmente eu iria pra casa, só faltava dr. Walter assinar minha alta. Por volta das oito horas, ele entra em meu quarto e diz que eu já estou liberadissíma, mais ele ainda estava em duvida, achava melhor talvez eu ficar só mais esse final de semana no hospital. Fui categórica com ele...dr. Walter por favor não faça isso comigo não, eu vou seguir tudo direitinho como o senhor mandar. Ele atendeu meu pedido.

-Minha irmã queria que eu fosse andando até a saída...UMA COISA TOTALMENTE SEM CONDIÇÕES...então ela pediu uma cadeira de rodas, recolhemos algumas coisas minhas que estavam no quarto e quando a cadeira chegou ou estava pronta. Minha saída do hospital foi uma festa, em quanto eu passava pelos corredores, fui falando com as enfermeiras, falando com algumas pessoas que nesses 15 dias internada fizeram parte de minha vida, e terminei encontrando com o médico que me deu a anestesia na minha cirurgia. Ele me deu os parabéns e fomos em direção a saída. Quando cheguei ao portão que dava acesso a rua, me deu uma alegria que não cabia no meu peito. Quando o portão se abril vi um dia lindo de céu azul e de sol quente, (parecia um presente de Deus) e minhas duas amigas Rozana e Girlene do lado de fora com um enorme buquê de flores, foi uma alegria só (até hoje me lembro dessa cena). Entrei no carro de niedja, e elas no carro de Girlene, minha prima Katia também estava conosco.

-No caminho até minha casa, fui olhando cada prédio, cada arvore, eu parecia uma turista admirando a paisagem, eu sentia uma alegria tão grande que não dá pra descrever. Quando minha irmã entrou na rua de casa, fiquei emocionada. Vi Rosa no portão e logo depois mainha, as meninas vinham atrás. Com dificuldade sai do carro e com ajuda de todos me levaram ao quarto, não o meu que ficava no primeiro andar da casa, mais um quarto que ficava no térreo.

-O quarto estava todo enfeitado com balões, computador, televisão, e duas cartolinas brancas cheias de recados dos meus amigos, tudo estava perfeito! Ao me virar em direção ao banheiro me deparei com um enorme espelho e nele uma figura que me deixou espantada. Eu me olhava e não me reconhecia. Eu estava 10kg mais magra, com exatos 50 kg, pele e osso, tinha sumido perna, peito, fiquei assustada e pude entender o olhar das meninas ao me verem na porta do hospital. Mas, tentei não pensar em minha aparência naquele momento. A primeira coisa que as meninas fizeram foi me colocar sentada na cadeira do papai, e começou a sessão de depilação, acho que rozana passou gilete em minhas pernas, Katia fez minhas sobrancelhas, depois colocaram uma cadeira dentro do banheiro e tomei AQUELE banho!!!! Ao terminar o banho eu estava exausta, então deitei na cama e depois de 15 dias sem dormir direito, acabei tendo um sono dos justos...FINALMENTE EU ESTAVA EM CASA!!!

-Em um dia de sábado, com um sol maravilhoso, onde Girlene e Rozana poderiam estar na praia ou em qualquer outro lugar, mais elas preferiram estar ao meu lado. Uma vez eu li um poema que era mais ou menos assim: “os amigos são anjos que Deus coloca em nosso caminho para nos ajudar”. Eu sou grata a Deus pelos anjos que ELE colocou em minha vida, todos que de alguma forma até hoje contribuem para meu total restabelecimento.

Ostomia

-A ostomia é uma cirurgia para construção de um novo trajeto para saída das fezes ou da urina. Essa intervenção cirúrgica pode ser usada para criar uma abertura de eliminação das fezes, chama de ostomia digestiva, ou da urina, conhecida como ostomia urinária.

-A abertura feita na parede abdominal é a ostoma e torna-se necessária quando o paciente sofre alguma perfuração no abdômen ou em casos de câncer no reto, intestino grosso ou na bexiga. Ferimentos ou anormalidades congênitas que impedem o funcionamento normal da bexiga também tornam necessária a realização de uma ostomia urinária.

-Como essa abertura não pode ser controlada voluntariamente, pacientes ostomizados precisam utilizar uma bolsa que recolhe o conteúdo eliminado. Isso faz com que o indivíduo precise se adaptar à nova condição, mas com a ajuda de profissionais especializados e tomando os cuidados necessários, em pouco tempo o paciente volta a levar uma vida normal.


-Falar que eu tenho uma vida normal, não é verdade. Uma pessoa ostomizada leva uma vida mais ou menos normal, tudo com algumas limitações, algumas restrições alimentares, no mais...a vida continua. Estou falando novamente nesse assunto porque existem pessoas que ainda ficam meio perdidas em relação a ostomia, então lá vai algumas dicas:


*Procure ter uma alimentação saudável, regrada a base de legumes, frutas, comidas sem gorduras, etc.
*Tomar muita água é tambem um fator importante, ajuda na digestão.
*Evite tomar refrigerantes, água com gás, saladas cruas, eles causam gases.

Agora isso são alguma dicas, mas vou falar de mim. Quando eu quero comer algo que estou com muita vontade, não vou mentir, eu como. Mas, durante a semana volto a tomar cuidado com minha alimentão, o importante é você se sentir bem!

Neidja Maria





sexta-feira, 6 de abril de 2012

Noite Ruim!

-Noite bem ruim ontem. Dores , vômitos, tonturas, etc. Fiquei com medo, fiquei associando essas dores de ontem as que eu tive em 2007 quando adoeci. Fiquei nervosa, liguei pra Dr. Jean (nessas horas a melhor coisa a se fazer, é procurar seu médico) e ele me deixou mais tranquila, ( pode ter sido alguma reação da quimio ou um risoto que eu comi na hora do almoço e que me ofendeu) me passou buscopan e simeticona (luftal), mesmo assim ainda vomitei até duas horas da manhã, como eu sabia que não iria dormir mais, tomei meu remedinho rosa pra dormir..rsrs...acordei era quase onze horas. Já estou bem melhor. Mais, a barriga ainda com algumas dores, tomei banho e fui almoçar na casa de Niedja, depois voltei pra casa e dormi a tarde toda.

-Agora bem melhor, espero dormir a noite toda!

Neidja Maria